“Ele não tem mais desejo e não quer procurar ajuda, o que faço?”

Sexóloga e colunista do Delas, Fátima Protti responde dúvida de leitora sobre como reacender a relação

“Estou em um relacionamento há quatro anos, morando junto há dois. Nos primeiros meses, nossas relações eram normais, mas de um ano pra cá foram se tornando cada vez menos frequentes e percebo que ele não tem mais tesão por mim.

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Quando percebi que nossas relações estavam menos frequentes, pedi para ele procurar um médico. Após muito insistir ele foi, mas não se preocupou em tomar os remédios.

Temos opiniões totalmente diferentes e sempre acabamos discordando um do outro. Por esse motivo ele também me culpa pela falta de vontade. Hoje já estamos há mais de três meses sem manter relações.

Às vezes penso que ele tem outra pessoa, por não me procurar, e quando o procurei há três meses ele não quis. Falou que não conseguia porque eu estava forçando, depois disto não o procuro mais.

Não sei o que fazer”.

fatima-prottiCara leitora, se você já tentou falar sobre o assunto e nada conseguiu, que tal usar alguns recursos para motivá-lo?

Troque a pressão por momentos de carinho, não force uma transa. O namoro é ótimo, dá a oportunidade para expressarem afetos. Beijos longos esquentam ainda mais cada encontro.

Na medida em que se aproximam, as chances para a intimidade são maiores e os toques vão se expandindo para outras regiões do corpo. Deixe tudo fluir, nada precisa acontecer de uma só vez.

Mas, se nada disso adiantar, há duas opções: procurem uma terapia sexual ou comecem a pensar em separação, porque desse jeito dificilmente algo vai mudar.

A falta de libido pode estar diretamente relacionada a fatores importantes como o estresse, depressão, andropausa pela baixa de testosterona e o uso de alguns medicamentos: antidepressivos, ansiolíticos, anti-hipertensivos e para o tratamento da calvície.

Desgaste no relacionamento, desinteresse pela parceira, mesmice na transa ou um caso extraconjugal também mexem com a motivação, dificultam a excitação e fazem o desejo ir embora. Outras vezes, para ele é apenas uma fase complicada da vida, mas depois tudo volta ao normal.

Esse é um problema que geralmente ocorre com as mulheres após algum tempo de relacionamento, também por vários fatores. Quando acontece com eles, as queixas frequentes das parceiras produzem desconforto, raiva e muita vergonha.

Alguns se “fecham” e evitam as conversas a respeito. Mesmo quando ocorrem, as conversas não são eficazes se acabam se transformando em uma dura batalha de acusações, ofensas, joguinhos de palavras e ameaças. Tudo isso torna a situação ainda mais difícil.

Sem resolver o problema e com a falta de sexo, o casal passa a viver como amigos, aumentando as chances de traição por quem se sente rejeitado.

Fátima Protti é psicóloga, terapeuta sexual e de casal. Pós-graduada pela USP e autora do livro “Vaginismo, quem cala nem sempre consente”. Escreva para a colunista

 
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